Oi pessoal designimado. Tudo certo? Espero que sim! 😉

Nesse artigo vou dar algumas dicas básicas, mas fundamentais, do que é, e como funciona um briefing. Vou dar uma ajudinha para meus amigos designers construírem e adaptarem essa ferramenta de trabalho para o dia a dia como freela, ou até mesmo entender como é esse processo na agência.

Ahhhh, lembrando que nada aqui é uma verdade absoluta, tudo pode ser adaptado, mudado e restruturado. Ok?

Então vamos lá…

Definindo o que é Briefing

Quem geralmente trabalha com criação dentro de uma agência de publicidade raramente verá um briefing de atendimento, porém, ele é o start de uma campanha, rico de informações vindos diretamente da fonte – o cliente. Mesmo assim, cabe a agência apurar o conteúdo através de fontes secundárias e pesquisas.

O que chega para a equipe de criação é um briefing “destrinchado”, chamado de briefing de criação (ou Plataforma de Criação), exclusivamente para o setor.

Ali já houve o desenvolvimento de todo o planejamento, pesquisa para descobrir o que pensa o público ou o shopper em relação ao produto, serviço ou marca; além da atuação de mídia que definiu os meios que serão divulgados e qual a verba destinada para isso. Desta forma, o profissional tem exatamente as diretrizes do que deve ou não ser feito, ou seja, criação pura – definição de conceito, concept board (peça conceito), cores, formas, fontes, títulos, textos, etc.

Adaptando o Briefing para um projeto de Design

Nos dias de hoje muitos designers trabalham como freela, e é extremamente primordial que ele saiba sondar seu cliente, afinal esse é o ponto inicial do trabalho. Vale lembrar que, não existe um modelo exato de briefing, na comunicação não podem existir dogmas, nada é uma verdade absoluta, existem sim caminhos que podem ajudar e muito, mas temos que nadar a favor da maré e ter jogo de cintura para que o todas as informações sejam precisas e suficientes para desenvolver um bom job.

Uma dica importantíssima: não se limite ao que o seu cliente diz. Na maioria das vezes ele só vai apontar pontos positivos da empresa, principalmente se ele é o dono. Então saiba fazer as perguntas certas para que ele não se sinta coagido e que aquela conversa “informal” seja altamente produtiva.

“Bruna, o que você quer dizer com isso?”

Nós sabemos que ali talvez tenha um problema de comunicação, certo? Certo. Ele jamais vai admitir que a empresa dele tem um problema, então formule as perguntas de uma forma diferenciada, entenda o que ele exatamente deseja e quem ele quer atingir com esse novo trabalho.

Separei algumas informações, tentando ao máximo ser objetiva e atender a realidade do profissional. Acredito que deva ajudar muito a evitar possíveis reclamações e alterações desnecessárias.

Os principais tópicos de um Briefing criativo

Topicos

OBJETIVO DO PROJETO/COMUNICAÇÃO

Precisamos entender o que o cliente deseja comunicar, como comunicar, exatamente qual o intuito e onde ele quer chegar com esse esforço de comunicação. É um novo design, re-design, site, ou papelaria no geral? Do que exatamente? De um produto, marca ou institucional.

PÚBLICO-ALVO

Eu acho esse item EXTREMAMENTE importante, aqui eu entendo com quais ferramentas eu devo trabalhar, como tudo vai ser feito. Sabemos que design é projeto, mas esse projeto sempre vai ser destinado a alguém, então eu preciso saber quem são, o que pensam, idade, classe social, onde estão essas pessoas e o quanto elas estão dispostas a pagar por aquele produto, marca ou serviço.

Logicamente que nem sempre seu cliente vai saber informar o público-alvo, se ele vier com papo de que deseja atingir TUDO MUNDO, respira fundo e questione então como seria o público ideal que compraria o produto dele.

BREVE HISTÓRIA DA EMPRESA

Dependendo da solicitação do cliente, principalmente se ele deseja um design ou re-design institucional, é importante entender e ter conhecimento sobre sua história, a partir dessas informações fica muito mais fácil desenvolver algo que seja a cara dele.

EXISTE MANUAL DE IDENTIDADE OU ALGUM TRABALHO DE DESIGN DESENVOLVIDO ANTERIORMENTE?

Poxa, se já temos algo que possamos nos referenciar para que bater cabeça?

Materiais desenvolvidos que ele tenha guardado que possam ser usados como referências são ótimos e otimizam o trabalho, principalmente na hora de nos organizarmos, assim fica mais fácil e é um ótimo ponto de partida.

QUAIS OS MATERIAIS DEVEM SER ESTRUTURADOS

O que o cliente exatamente precisa no quesito material a ser desenvolvido? Manual de identidade visual, folder, flyer, cartão de visita, fachada de loja, displays?

POSSUI ALGUMA REFERÊNCIA PARA SER APLICADA?

Na minha opinião esse item é bem opcional, mas caso o seu cliente tenha alguma referência que ache interessante que possa ser aplicada, veja, analise e explique se há ou não coerência.

POLICES

O que pode ou não ser trabalhado, desenvolvido ou comunicado. É o “proibidão” do cliente.

Um exemplo prático foi um case apresentado no meu TCC, uma empresa de alimentos para gatos e cães considerada super premium no mercado. Quando o briefing veio para desenvolver a campanha, foi informado que não poderíamos usar imagens de animais junto com pessoas, somente em ambiente natural ou fundo branco, de preferência que desse a sensação de movimento.

Imagina se inserisse uma foto de um gato usando óculos? A campanha seria barrada. Mesma coisa com o cliente, certeza que teria que refazer. O objetivo principal é evitar alterações desnecessárias.

ESTIMATIVA DE VALORES

Essa parte é complicada, geralmente as pessoas acham tudo caro, “se fosse de graça ia ser maravilhoso”, “faz aí que eu te indico”, essas coisas todas. É bom sabermos o quanto seu cliente está disposto a investir, o famoso budget, com isso você informa o que dá ou não para ser feito, e seu cliente já fica ciente da situação.

PRAZO DE ENTREGA

Último item da listinha da Bruna para você designimado.

Prazo de entrega deve ser algo acordado entre você e o cliente, explique para ele o quão é ou não demorado o trabalho a ser feito, aproveite também para explicar as formas de pagamento. Apresente sua proposta de trabalho, com dinâmica quando possível, mas que haja conhecimento de ambas as partes.

Esses são alguns passos importantes para que você consiga desenvolver um briefing adaptado ao seu tipo de trabalho, lembre-se sempre de que ouvir o que seu cliente tem a dizer é a chave do job “perfeito”.

Espero que tenham entendido um pouco mais sobre o briefing e como  ele pode ajudar vocês nos processos de criação.Não esqueçam de comentar se gostaram e caso tenham algo a acrescentar, será muito bem vindo.

Beijos e até a próxima…